terça-feira, 17 de abril de 2018

CALDEIRÃO GRANDE-BAHIA: CIDADE CARTÃO POSTAL



CIDADE CARTÃO POSTAL

Marinalva Bezerra Santana

Olhando de sobre os montes, 
Altiva vai deslumbrando, 
Entre os ouricurizeiros, 
Tua beleza contemplamos.


Avistamos as suas casas 
 Do grande e belo portal; 
Seu açude das pescas, 
De águas de puro sal.

Adentramos na cidade, 
Símbolo do ouricuri, 
Cujo povo tão humilde, 
Nas primícias,vive aqui.

Em sua lida insana, 
D’um povo relutante, 
Pedimos a Nosso Senhor 
 Que abençoe essa gente.

Sob sua guarda e luz, 
Ressurgirá Caldeirão Grande, 
Grande no nome de Deus.

De progresso sem igual, 
Mais bonita e mais feliz, 
 Cidade Cartão postal!

sexta-feira, 13 de abril de 2018

MEMORIAL BEZERRA - CALDEIRÃO GRANDE-BA


Uma casa que preserva há 84 anos a memória viva da família e de todos os que por ela passaram, através do acervo composto de objeto pessoais, mobiliários, vestuários, documentos e fotos de seus moradores que testemunharam os acontecimento e usos da época e da história.

Nestes 56 anos de Caldeirão emancipada, relembramos as famílias que deram início ao seu povoamento e primeiras atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas do atual município.


Este Memorial está aberto à visita de todos que tenham interesse em conhecer um pouco de historia de seu povo. 
Estamos sentindo o prazer em ver o interesse dos responsáveis pela educação em motivarem seus alunos a visitar esta casa. Várias foram as turmas de estudantes que lá estiveram, desde o início do corrente mês de abril, para conhecê-la juntamente com seus educadores.

CALDEIRÃO GRANDE EM CANTOS E VERSOS



HINO DE CALDEIRÃO GRANDE

Letra e música da Profª Eliane Maria Nascimento Bezerra

Caldeirão Grande, cidade querida,
És minha terra, és meu amor,
És o recanto da grande Bahia, Nele o teu povo é esperança é labor.

Caldeirão Grande,grande no nome,
Já é prenúncio de um futuro promissor,
O teu povo nele crê e nele espera
E sacrifício ao teu amor diz eu não meço
Pois nosso lema é - União, Paz e Progresso (bis.)

O 25 de Abril é uma glória,
Por teu amor nós soubemos conquistar,
Ó minha terra chão do Brasil querido, A trilha áurea do progresso seguirá.

Caldeirão Grande, grande no nome,
Já é prenúncio de um futuro promissor,
O teu povo nele crê e nele espera
E sacrifício ao teu amor, diz eu não meço Pois nosso lema é – União, Paz e Progresso (bis).

CALDEIRÃO GRANDE

Marinalva Bezerra Santana

A antiga mata de cerrado e caatinga,
Povoado de licurizeiros verdejantes,
Debaixo do infinito céu,
Guardava o Caldeirão Grande,
Junto da lagoa prateada,
Ao lado do sol nascente.

A remota Fazenda Boqueirão,
Nesse pequeno chão baiano,
No sopé da Diamantina,
Dormia por muitos anos!

Seus habitantes primitivos, Os indígenas Paiaiás,
Pela corrida do ouro, Foram completamente extintos!

O extenso foral de terras,
Propriedade de um Senhor Coronel,
Pertencente a Jacobina,
Comprado por algumas famílias,
Passando nela a morar! No Caldeirão Grande, conhecido,
Dos umbuzeiros e do maracujá,
Foram surgindo as primeiras casas,
A primeira capela erguida, E a pequena feira do povoado!

A feira ficou conhecida,
Em todos os arredores
Por ser também dia de missa,
Tocava o sino na capela,
Era muito especial!
Enquanto os tropeiros chegavam,
Carregados de produtos,
Óleo, querosene, açúcar e cereais!

No Caldeirão Grande, chamado,
Onde iam buscar água clara,
No branco lajedo existente,
Nasceu o nome do lugar!
Caldeirão Grande, Terra do licuri,
Dos caldeirãograndenses!
No Piemonte Norte do Itapicuru,
Está situado o município!

Crescendo o povoado,
Tornou-se a próspera vila,
Pertencente a Saúde.
E o plebiscito favorável,
Deu a emancipação política,
Criando o município em 25 de Abril!
A nossa magna e feliz data,
O ANIVERSÁRIO DA CIDADE!

PELO TEU ANIVERSÁRIO

Marinalva Bezerra Santana

Na alegria dessa data,
Com grande amor eu quisera,
Derramar uma chuva de flores,
Sobre a nossa querida Terra!

Juntar-me aos passarinhos que voam,
Nesse céu azul sem igual,
Entoar a canção mais bonita,
Pelo teu aniversário!

Caldeirão Grande de face adulta,
Esperança de um futuro venturoso,
Comemora em 25 de Abril,
A memória viva desse povo!

Parabéns Caldeirão grande,
A Terra de nossos pais,
Onde nascemos e crescemos
E nos inspira os grandes ideais!

TERRA DO LICURI

Marinalva Bezerra Santana

Debaixo desse céu de anil,
Entre vales e serras do sertão,
Balançam as palhas altaneiras,
Longas, belas, verdejantes,
Em perene saudação
Aos caldeirãograndenses!

Os altivos licurizeiros,
De seus doirados cachos,
Pendem os coquinhos amarelos,
Que caídos ao chão, maduros,
Saboreiam os animais,
Do gostoso e suculento mel!

Pérola do semiárido baiano,
É subsistência de muitos,
Nasce, floresce e dá frutos,
Na terra seca, poeirenta,
De Novembro ao mês de abril,
E se colhe o ano inteiro!

Onde a Arara-azul-de-lear, alça voo,
Vem cortar o licuri com o bico,
Retirar-lhe os bagos,
E se alimentar!

Na Terra do Licuri,
Quando a chuva cai,
A vida na mata brota...
Renasce toda verde e florida,

As pranteadas palmas,
Sempre inclinadas,
Vivem a clamar a todos os ventos,
Pela defesa e proteção
Do meio ambiente!

Ô Ô LICURIZEIRO

Marinalva Bezerra Santana 

Sai a tua caça,
Aos primeiros raios de sol,
Os desprovidos da sorte,
Cujos filhos, ficaram sós.

E no terreiro da casa,
Os grãos amarelinhos,
Esperando, pra noitinha,
A quebra começar!

Nas calçadas das ruas,
Enfileiradas as pedras,
Cada qual no seu lugar.
Trac, trac, plac!
Pareço ainda escutar:

O licuri não tem preço,
Oi patrão tenha dó,
Bota mais um dinheirinho,
Veja as mãos num calo só!

Ô Ô licurizeiro,
Já é demais o meu penar,
Leve a dor e o meu pranto,
Neste meu triste canto,
Ao Deus da justiça,
No teu balançar!

CALDEIRÃO GRANDE

Marinalva Bezerra Santana 
Pelos 55 anos de Emancipação política de Caldeirão Grande

Há muitos e muitos anos,
A grande mata existia,
De cerrado e caatinga,
Povoada de licurizeiros,
No Sopé da Diamantina.

Habitaram essas terras,
Os indígenas Paiaiás,
Pela corrida do ouro
E ambição dos fazendeiros,
Foram massacrados e expulsos!

O extenso foral de terras,
Pertencia a Jacobina,
Propriedade de um Senhor Coronel
Comprada por algumas famílias,
Passaram nela a morar!

A antiga Fazenda Boqueirão
Foi a denominação do lugar,
Nesse pequeno chão baiano,
Vindo pessoas de vários lugares.

No Caldeirão Grande, chamado,
Dos umbuzeiros e maracujá,
Foram, surgindo as primeiras casas,
A primeira capela erguida
E a pequena feira do povoado.

Onde se comprava e vendia,
Carnes de criação e de gado,
Farinha de mandioca rapadura e mel,
Cocada de licuri, arroz doce e beiju,
Ovos, banana e bolo de fubá!

A feira ficou conhecida
No povoado e arredores
Por ser também dia de missa,
Tocava o sino na Capela,
Era muito especial!

A gente arrumada, seguia
Pelo Beco do Eucalipto,
Enquanto os tropeiros chegavam,
Carregados de vários produtos,
Óleo, querosene, açúcar e cereais!

Os habitantes do povoado,
Iam buscar água clara,
No Caldeirão Grande, falado,
No branco lajedo existente,
Nasceu o nome do lugar!

Caldeirão Grande,
Das pedras encantadas,
ATerra do Licuri, chamada,
No Piemonte Norte do Itapicuru,
O município é situado!

Cujo povo feliz,
Revive a sua história,
E comemora todo 25 de Abril,
Sua maior data,
O aniversário da cidade!

CALDEIRÃO GRANDE-BA: AOS 55 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA


Marinalva Bezerra Santana
12\04\2017


A antiga mata de cerrado e caatinga, povoado de licurizeiros, primitivamente pertencia aos domínios das tribos indígenas Paiaiás, até a sua completa extinção pelos exploradores em busca de riquezas.


O povoamento iniciou por compras de terras desde 1895 do latifúndio denominado Boqueirão de propriedade do coronel Porfírio Ferreira, como extensão territorial do município de Jacobina.

O extenso foral de terras, foi comprado inicialmente pelas famílias BEZERRA , ALVES e CORREIA, seguido da família GUIRRA e outros.

Consta na história que, na época, o senhor NORBERTO DIAS BEZERRA, e sua esposa Maria Isabel Dias Bezerra vieram de Jaguarari para a fazenda Boqueirão com seus 12 filhos ainda crianças.

MANOEL ALVES BRASILEIRO, que era descendente de italianos, casado com dona Damásia Alves Brasileiro vieram do povoado de Caldeirão do Mulato (Antônio Gonçalves - BA).
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LUIZ CORREIA da SILVA, o terceiro comprador das terras, casou-se com Dona Constantina Dias Bezerra, irmã de Norberto Dia Bezerra, também vindos de Jaguarari.

Em 1909, casa-se o primeiro filho de Norberto Dias Bezerra, Pedro Dias Bezerra, (conhecido Piroca) com a filha mais velha de Manoel Alves Brasileiro, Avelina Alves Brasileiro.

Na última década do século XIX, o novo proprietário, JOSÉ GUIRRA, natural de Itinga, atual município de Antônio Gonçalves, casado com Dona Ermelina Rosa da Anunciação, veio para essas terras, trazendo seus 10 filhos, com a compra da Fazenda Novilhas ao citado Coronel.

Pessoas de diferentes localidades vieram, por exemplo, de Queimadas, Jaguarari, Campo Formoso, Jacobina, Senhor do Bonfim e dos estados de Pernambuco, Ceará, pelos agravos das estiagens no Nordeste; outros fugitivos do trabalho escravo da lavoura no Recôncavo Baiano, outros filhos de escravos alforriados, vieram também do Tiririca ("Tiririca dos Negrinhos"), município de Queimadas, originando a Comunidade remanescente do Quilombo da Raposa, muitos explorando as matas com a extração das madeiras existentes. Tendo como elementos formadores da população as Famílias Bezerra, Alves, Brasileiro, Correia e Guirra, portugueses e italianos, o branco, índio, caboclo, negro. População esta constituída na maioria mestiça, fruto da miscigenação.

Em 1914, o vilarejo de Caldeirão Grande é desmembrado de Jacobina pela Lei Estadual nº 1024, de 06\07\1914, sendo anexado ao município de Saúde, recém-criado.

Os antigos proprietários das terras, fixaram residência no Caldeirão Grande, conhecido e aí constituíram os primeiros núcleos de moradia. Dedicaram-se ao plantio e a criação de animais e atividades da caça e da pesca. Utilizavam da água dos tanques e cacimbas e do caldeirão grande de pedras para beber. Concentraram-se no alto da lagoa, atual Rua Tiradentes, tendo como referência a Capelinha de Santa Rita (ainda existe as ruinas), Outros moradores na Rua da Matriz, onde existia um Cruzeiro e ao seu redor sepultava os mortos e a Capela que originou a Igreja Matriz de Caldeirão Grande. Algumas famílias no Largo Antônio Luiz, onde era realizado o comércio dos produtos da região pelos tropeiros que levavam do lugarejo o licuri, farinha, feijão, mamona, sisal, galinhas, ovos, rapadura e traziam o azeite, querosene, óleo, açúcar, tecidos, velas e condimentos. A feira sempre foi destaque na região. A primeira aconteceu na Praça Velha, atual Rua Euzébio Bezerra, passando para Rua da Matriz, onde surgiu a primeira loja, padaria e farmácia. Sempre na Segunda Feira ficou conhecida por ser também dia de missa na Igreja Matriz. Em 1950 a feira livre passa para a Praça do Comércio, atual Praça Edgard Pereira, onde concentrou-se a maioria das casas comerciais.

Em 1946, por resolução legislativa tentou-se a mudança do topônimo Caldeirão Grande para Itaguaçú (ita=pedra, guaçú=grande), não prevalecendo, mantendo a denominação antiga de Caldeirão Grande, cuja origem está na existência de grandes depressões nos terrenos, de formações rochosas, tipo bacias lajeadas afuniladas e impermeáveis (caldeirões de pedras), formando espelhos d’água que, agregando-se popularmente o termo “grande”, ficou o lugar denominado de Caldeirão Grande.

Pela Lei Estadual  nº 628 de 30\12\1953, da Criação dos Municípios, o próspero povoado foi elevado a condição de vila e continuou pertencendo a Saúde, abrangendo os limites territoriais dos povoados de São Miguel, Baraúnas, Barracas, Ponto Novo e Vila Cardoso    (Quilômetro 30) de acordo o D.T.A. do Estado da Bahia, vigorante de 1954/58.


EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE CALDEIRÃO GRANDE

Nesses últimos anos foi-se despertando o desejo de libertação. A emancipação de Caldeirão Grande tornou-se o principal objetivo dos caldeirãograndenses, unindo-se todos na luta pelo grande ideal político, destacando-se as lideranças por coragem e perseverança: PEDRO DIAS BEZERRA, NELSON SANTANA, MANOEL ENEDINO GAMA, PEDRO BEZERRA FILHO, CÂNDIDO GUIRRA, JOSÉ CARLOS DIAS BEZERRA, ALTAMIRANDA MAIA, JOSÉ EUSTÁQUIO RESENDE, JOAQUIM GAMA, JOSÉ FRANCISCO OLIVEIRA, QUINTINO MATOS, QUINTINO PEREIRA, JOSÉ PIRES, ADEMIR FERREIRA, entre outros.

Homens e mulheres contribuíram e foram muitas as barreiras que tiveram de enfrentar. A Criação da Emenda do Deputado JOÃO CARLOS TOURINHO, deu direitos legais à Emancipação e no ano de 1961, vencendo grande pressões políticas, realizou-se o Plebiscito entre os habitantes de Caldeirão Grande, obtendo resultados unânimes em favor da Emancipação desse Município. Era então Governador do Estado, Juraci Montenegro Magalhães, e pela Lei Estadual nº 1689, de 25 de Abril de 1962, com publicação no Diário Oficial de 27 de Abril de 1962, a Vila de Caldeirão Grande, foi elevada a condição de cidade e criado o Município, desmembrando-se do município de Saúde,

Com a Lei nº 4.837 de 24/02/1989 o distrito de Ponto Novo emancipa-se, e é anexado a este, o povoado de Barracas.

Caldeirão Grande ficou constituído do distrito (sede) abrangendo os povoados de São Miguel, Baraúnas e Vila Cardoso.

ASPÉCTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS E  CULTURA.

O município de Caldeirão Grande, com área territorial de 454.944 Km², e população de 13.555 habitantes, integra o Piemonte Norte do Itapicuru, localiza-se na Região Nordeste do Brasil, no Centro-Norte Baiano, Zona Fisiográfica de Senhor do Bonfim, em região semiárida, enquadrado no Polígono das Secas, com clima quente e seco, tendo estiagens prolongadas, predominando a vegetação de Caatinga e Cerrado, possuindo muitas lagoas e açudes. Com relevo de piemontês, vertentes e esplanadas, cristais e barras residuais, areia e substrato cristalino. Existe a Serra das Barracas, Serra do Imbé, Morro dos Cachorros, Morro da Serraria, Morro da Traíra.

A 322 km de Salvador, com os seguintes limites: Ao Norte: Ponto Novo; ao Sul: Caem; ao Leste: Ponto Novo e Oeste: Saúde . A Educação é considerada elemento base do processo do País e consequentemente do Município, abrangendo a Educação  Básica - Infantil, Fundamental e Médio. A economia do município concentra-se na agricultura e pecuária. Caldeirão Grande é um dos maiores produtores de licuri, com produção de aproximadamente 500.000 kg anuais de seus 16 milhões e 500 mil palmeiras de licuri, por isso denominado Terra do Licuri, porque possui da natureza este presente, o licurizeiro, uma das principais palmeiras da região semiárida do Brasil de onde é nativo, reforçando a importância do licuri na economia das famílias da Caatinga.

A cultura é expressa nas artes da literatura dos poetas, pintores, grupos de teatro, danças, música, artesanato, esporte, folclore local e manifestações populares, dentre as quais citamos as cavalgadas, festas de argolinha, sapateado, samba de roda, batalhões, reisado, quadrilhas, banda de pífano, romarias, devoções aos santos etc. O  caldeirãograndense  é  hospitaleiro e várias são as comemorações e festas em todo o município, destacando-se as festas religiosas tradicionais, atraindo pessoas da região:

  • Festa da Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em 27 de Julho;
  • Festa de Nossa Senhora de Fátima em São Miguel em 13 de Outubro.
  • Tradicional São Pedro da Rua 25 de abril
  • A tradicional Festa do Aniversário da Cidade em 25 de abril.


Marinalva Bezerra Santana: dados biográficos

Marinalva Bezerra Santana

DADOS BIOGRÁFICOS

Marinalva Bezerra Santana, baiana, natural de Senhor do Bonfim, nascida em 22/10/1946, professora, filha de Paulo José de Santana e de Maria Isabel Bezerra de Santana. Aos 02 anos de idade passou a viver em Caldeirão Grande com seus avós maternos e tias. Criada e educada por sua Tia Zinha, assim conhecida de todos. Com eles teve uma infância feliz e tranquila, em contato com as coisas simples... A natureza a paisagem local, as pessoas e, nesse pequeno espaço, naquela época, apenas um povoado, frequentou a primeira escola, fazendo o curso primário. Aprendeu a valorizar as tradições, a religião, a arte. Ainda pequena, gostava de poesias, recitava e criava os seus primeiros versos. Fez o curso de admissão e o ginasial no Colégio das Sacramentinas de Senhor do Bonfim, concluindo o curso de Magistério em 1967, no Centro Educacional Alfredo Dutra, em Itapetinga-Bahia, onde experimentou o teatro, a novela, atuando na primeira novela levada ao ar na emissora de rádio daquela cidade.

Casando em 1969 com Clóvis de Oliveira, que faleceu em 2002, teve três filhos, nascidos em Salvador-BA: Clóvis Filho falecido em 1994, aos 24 anos de idade, Lucila e Erbet, residentes neste município.

Assumiu o Magistério Público durante 38 anos, na regência de classe, como diretora, vice-diretora e Coordenadora Estadual de Educação. Trabalhando com crianças, jovens e adultos e na habilitação dos professores leigos, quando Técnica do Órgão Municipal da Educação. Participou da organização das Comunidades, nas conquistas do homem do campo pela posse da terra e criação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caldeirão Grande. Atuou na Pastoral de Jovens e Adultos em sua comunidade religiosa, nas festas tradicionais e comemorações do município. Conviveu com as pessoas da Terceira Idade, através do Projeto Conviver por dez anos aproximadamente, promovendo atividades de lazer, de integração à comunidade, de trabalhos artesanais e na valorização das tradições e costumes locais. Assumiu a Secretaria Municipal de Educação do município de Caldeirão Grande, de junho de 1997 a setembro de 2004. Ao longo do tempo, tem escrito poesias, contos populares e religiosos, resgatando a história da região, dos antepassados, do lugar onde vive, de tudo que ama e respira; onde também nasceram seus netos. É o que retrata o livro de poesias publicado em 1999, “VIDA, PERFIL E TERRA”, “MEMÓRIAS”, publicado em 2010; "NOVAS POESIAS", publicado em 2015: "CARTILHA DO LICURI", publicado em 2016. 

Encontram-se em conclusão os seguintes trabalhos literários: O SENHOR ME FALA – Poesias; BORBOLETAS – Poesias e "MEMÓRIAS DA BOCA DO POVO".

Atualmente, faz parte do “Dicionário de Autores Baianos” publicado pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia.


quinta-feira, 12 de abril de 2018

MEMÓRIAS


O LIVRO MEMÓRIAS  de Marinalva Bezerra Santana 

(Em breve, na Internet na íntegra).

Durante alguns anos, refleti sobre o fato de que Caldeirão Grande não possui nada de escrito sobre a história do seu povo. Movida pelo incontido desejo de descobrir, de conhecer e registrar o quanto antes, relatos, informações, acontecimentos, histórias passadas de geração a geração, afim de que não viessem a perder-se no esquecimento, pois seriam sempre palavras lançadas ao vento. Assim, me comprometi a escrever, tendo a convicção de que a grande tarefa que propus realizar será compensada pela conclusão dessa pequena obra “MEMÓRIAS”, que coloco à sua disposição e de todos que amam e lutam pelo engrandecimento da nossa Caldeirão Grande.

Comecei a passar para o papel tudo o que a minha memória pode guardar... As recordações da infância, tempos de escola, as histórias também arquivadas na memória de pessoas idosas e da minha fase... Nessa jornada conversei com colegas, parentes, com amigos da sede, da zona rural, consegui alguns informativos da Diocese de Senhor do Bonfim e da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde. Fui às ruas, sentei-me nas calçadas dos moradores, vi e ouvi seus valiosos depoimentos, os fatos, os pensamentos, as opiniões e muito aprendi a respeito da nossa história.

Grande parte dos relatos foram transmitidos através dos meus avós e por Tia Bebé e Tia Zinha, de fundamental importância por tudo que me passaram e pelo que vivenciei com eles; considerando que “não chegarei a lugar algum, desconhecendo o caminho por onde passei, para saber quem sou eu.”

A história das pessoas, que geralmente denominam ruas, lugares, o jeito de viver, os costumes, as tradições, dão a identidade de nossa gente, evidentemente que a formação do cidadão se dá paralela à história da formação do município. Não existe nome de lugar que não tenha uma explicação; não existe então, povo sem história.

Esse pedaço de chão baiano, também tem a sua história. Caldeirão Grande, “Terra do licurí” dos “Caldeirões de Pedra”, devido sua situação física, climática, as intempéries, os contínuos agravos à natureza, desprovido de fontes de água, de rios ou riachos, o seu povo é castigado pelas secas e grandes estiagens, famílias sofridas pela questão do desemprego, dificuldades e outros fatores. Caldeirão Grande tem resistido, apesar da incompreensão de alguns, o nosso povo é corajoso, criativo, alegre, muito hospitaleiro e espera que os que muito já fizeram, possa fazer ainda muito mais, tudo o que ela merece que a coloque no devido patamar do cenário estadual, talvez no cenário nacional, para que seus filhos possam orgulhar-se da Terra que os viu nascer e crescer.

Sendo a pequena coletânea, objeto de estudos, estou certa de que novo horizonte descortina-se aos interessados e estudantes, novas fontes de contínuos estudos, servindo às gerações futuras.

Submeto-me efetivamente à avaliação e críticas, antecipando desculpas por possíveis falhas e contradições cometidas.

Com a publicação desse trabalho, o cidadão caldeirãograndense enriquece a sua existência à medida que passa a ter conhecimento dos fatos, acontecimentos, personagens do passado que edificaram a sua história, e sem dúvida, contribuirão com novas informações, que possibilitem referencial de fortalecimento na construção da nossa cidadania.